História cultural do Rio
Doce
O Rio Doce e o Pico da Ibituruna,
em Governador Valadares
*Antonio de Paiva MOURA
Formação cultural
A região do Vale do Rio Doce, especialmente de Barra do Cuieté até Aimorés é muito nova e encontra-se em fase de formação. A parte mais antiga, as cabeceiras formadoras do grande caudal, como Guanhães e Peçanha acumulam cultura mais definida, herdada da antiga região mineradora de Diamantina e Serro. Na primeira década deste século as únicas ilhas povoadas do Rio Doce eram Figueira (Governador Valadares), Derribadinha (hoje distrito de Valadares); ilha de Natividade (Aimorés) e Barra do Manhuaçu.
A Cultura do Rio Doce recebeu muita influência do Nordeste, especialmente da Bahia. O Rio Doce além de exercer uma atração sobre o Estado da Bahia, é passagem obrigatória em direção ao Rio de Janeiro e São Paulo. Por isso, podemos registrar a influência nordestina nos trajes do vaqueiro e modo de campear ou pastorear o gado bovino; o modo de se divertir nos bailes rurais; a música de ritmo binário, de letras em narrativas de situações sociais de ordem rural; nos condimentos picantes; modos de preparar as carnes e hábitos alimentares; o cultivo do coco da Bahia; uso da fruta-pão, caju e cacau. O rio-docense não conhece a palavra cisterna, mas somente cacimba e outros vocábulos de uso corrente no nordeste; Piriá, corruptela de preá, roedor selvagem abundante na região, semelhante a coelho do mato.
As margens do rio oferecem uma fantástica paisagem natural. Baixadas cobertas por matas, lagos naturais, ilhas verdes, enormes penhascos de granito em contrastes com as planícies. A fauna é igualmente rica e bela, como observa o viajante alemão, o príncipe Wied-Neuwied, que escreveu sobre as aves silvestres, especialmente o "Quero-quero". Tudo isso contribuiu para moldar a tez cultural do rio-docense. Ceciliano Abel de Almeida fala da magnifica impressão de galgar o alto da Ibituruna, por volta de 1905. A mata virgem parece não ter fim. O rio azul vai meandrando o solo até perder-se no infinito. (ALMEIDA, C. A 1959). Podemos imaginar a sensação do escritor, pois há quase cem anos, antes da existência do avião, ele pôde vislumbrar o que é hoje uma vista aérea. Para ornar mais ainda sua narrativa Almeida transcreveu um soneto de Mário Matos sobre a Ibituruna.
"Alteroso penhasco de granito.
Ibituruna, fortaleza ingente,
A cuja face eu arrojei meu grito
De desafio em minha infância ardente.
E a cujos pés em vão entregue, aflito,
O Rio Doce, em turbilhão fremente,
E sobre quem as raivas do infinito
Também, desde a Criação, inutilmente:
Fosse eu qual tu, rochedo inacessível !
Que com a fronte soberba a altura invades !
Tu que, sereno, intrépido, terrível,
Através, o fragor das tempestades,
Sempre, sempre de pé, sempre invencível,
E hás de chegar ao termo das idades."
O próprio clima quente da região e a água salobra das margens tornam as populações cativas do Rio. Os banhos públicos e o uso da água do Rio geraram um traço cultural específico do rio-docense. O visual paisagístico do rio motiva poetas, prosadores, fotógrafos e artistas como no poema de H. C. Lacerda, de 1957, intitulado A voz do Rio que a angústia pela ausência, do emigrante rio-docense.
A derradeira vez que ai estive,
- Eu bem me lembro, e como ! Era no estio:
Azuleciam lá no norte as serras,
E parecia um canto a voz do rio !
Nos anos desta ausência prolongada,
Na vida de aventura em per porfio,
O mesmo canto me acompanha os passos
Por toda e qualquer parte: a voz do rio.
Nova Orleans, Chicago, Nova York ...
Verão, outono, a primavera, o frio...
Em toda circunstância sempre posso
Ouvir distante a voz do rio.
O contato com o indígena deixou marcas significativas na cultura do Vale do Rio Doce, principalmente dos Crenaques, descendentes dos Botocudos. O povoamento que se estabeleceu na região na primeira metade do século XX foi, apesar de conflituosa, de interação pacífica com o indígena. Segundo Oiliam José, até 1920, viviam em grande quantidade nas terras dos municípios de Aimorés, Resplendor e outras localidades. Consideravam como sua propriedade a terra da região. Eram impressionantes as noções de direito natural que possuíam. Recebiam muito bem os visitantes. (JOSÉ, O, 1965). O rio-docense assimilou dos Crenaque o modo de caçar e de preparar as caças. As armadilhas como o jequi para pesca; a arapuca para pegar pássaros e outras armadilhas para mamíferos selvagens. O bodoque dos Crenaques é diferente do que conhecemos na região mineradora. Um arco de madeira, esticado por duas cordas paralelas, com uma esteirinha no meio, para lançar pelotas de barro cozido, ou seja bola de cerâmica do tamanho de uma bolinha de vidro (gude).(1) Cabia às crianças a confecção das bolotas. Dominavam com facilidade diversas técnicas artesanais. Beneficiavam a guaxima para confeccionar cordas e fios para tecer mantas e redes de pescar e dormir. Fabricavam cestas, peneiras, cuias de cuité, gamelas, garfos, bancos, conchas, canoas de madeira que vendiam aos novos moradores da região ou levavam às estações da Estrada de Ferro Vitória Minas, oferecendo aos passageiros. Com o dinheiro arrecadado com a venda do artesanato os indígenas compravam querosene para iluminação e aguardente para consumo nas aldeias. O indígena miscigenado deixou na região traços culturais marcantes que ainda podem ser detectados: tendência à poligamia; intimidade com a natureza; conformidade ideológica ao meio social em que vive. Muitos vocábulos de origem indígena ainda são empregados na linguagem atual do rio-docense, a exemplo de: Catuá = varão de cinco metros que o canoeiro usa para impulsionar a canoa rio a cima; Coça = surra, espancamento; Cuieté = Cuité, fruto da cuieira, do qual se faz cuia, vasilha utilizada como prato ou como copo; Imbiruçu = embira grande; Itueta = quedas dágua; Manhuaçu = Grande tempestade; Mutum = pássaro de penas pretas, o mesmo que jacú; Piracema = subida dos peixes para procriação; Pocar = estourar, arrebentar; Tabatinga = argila branca, barro branco, pigmento natural com o qual pintam o fogão e a cozinha; Taboca = bambu, taquara, da qual fazem flauta, peneiras e outros utensílios;
A contribuição de Minas para a formação cultural da Região começa no século XIX com a ação do colonizador moderno Marliére. (2) Com a integração do índio na civilização, possibilitou as migrações das regiões mineradoras para o Rio Doce. Começam, então, a formação de arraiais e pequenos povoados. Cuietá, Barra de Cuieté, Lorena, Laranjeiras, Rio de Santo Antônio, Ramalhete. Já no século XX, a mineração de ferro, pecuária, extração de madeira, agricultura e indústria siderúrgica, proporcionaram as migrações de enormes contingentes de montanheses para o Rio Doce, formando novos arraias e cidades. Inicialmente concentraram-se no chamado Vale do Aço e depois em Resplendor, Conselheiro Pena e Aimorés, com serralheiras, fábricas de laticínios, fazendas de café e criação de gado. Continua no Rio Doce o mesmo espírito de policultura da região montanhesa. O fazendeiro cultiva ao mesmo tempo, arroz, feijão, milho, coco, pastagens e frutas. Continua no vale o mesmo tipo de homem montanhês: trabalhador, magro, calmo e
alegre, porém, bravo na defesa de seus pertences e de suas posições sociais.
Em face da excessiva oferta de mão-de-obra a partir das correntes migratórias do século XX, o trabalhador tanto rural quanto urbano, na região, passou a ser um lutador para manter a ocupação que exerce, ao invés de conquistar outras ocupações. Daí uma certa acomodação. Há uma certa dependência servil do empregado ao seu patrão, numa espécie de vassalagem moderna. O empregado deve ao seu patrão obediência e fidelidade, recebendo em contrapartida, proteção contra os rigores da lei. Essa obediência e essa fidelidade vai desde o mais simples cumprimento de tarefa na empresa até o de tirar a vida de seu semelhante a mando do patrão. Esse pacto consuetudinário redunda na imobilidade social do trabalhador que não vê perspectiva de ascensão social na estrutura vigente. Daí a tendência do rio-docense de emigrar-se na busca de fortuna pessoal. Não há um cidadão sequer no Vale do Rio Doce que não tenha um parente nos EUA. O sistema corporificado na região era de caráter liberal moderno, à margem do direito trabalhista, sem muita contradição com o sistema americano.
Pico da Ibituruna
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Santa Rita do Itueto
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A cordialidade
Um traço característico do rio-docense é a cordialidde. Os laços de amizade e solidariedade são muito fortes A cordialidade começa no tratamento ou no relacionamento familiar e se estende à vizinhança e colegas de trabalho. A colonização do Rio Doce ocorreu depois do regime de escravidão fazendo surgir um outro tipo de relação entre patrão e empregado. Bons tratos ao patrão redundava em aumento da confiança e garantia de permanência no emprego. Os negros remanescentes da escravidão foram mais para a região cafeeira que para o Rio Doce. Contou-nos o senhor José Teixeira Filho que recentemente chegou uma nova promotora para atuar no Ministério Público, na Comarca de Aimorés. Hospedada em seu hotel confessou-se temerosa de exercer o cargo na região. Ele então a recomendou que tratasse a todos com amabilidade e igualdade e que ela iria ver como todas as pessoas iriam respeita-la. Ao contrário, maus tratos e ofensas o rio-docense não tolerava e que ninguém lá temia autoridade despótica.
Em nossa viagem pelo Rio Doce nos dias 5 ,6 e 7 de abril tivemos a grata satisfação de constatar a forma extrovertida, alegre e cordial do rio-docense no relacionamento com as pessoas. De Belo Horizonte até Aimorés, em momento algum nos faltou os préstimos dos chefes de trem, facilitando à cabine da máquina para filmagem de paisagens; atendimento impecável das comissárias de bordo e todos os funcionários. No hotel em que ficamos hospedados o proprietário fez todo o esforço no sentido de facilitar o nosso trabalho de levantamento de dados sobre a região. Os motoristas de táxi se encarregavam de guiar-nos prestando informações muito além da tarefa de conduzirem os veículos. Professores, historiadores, funcionários do Instituto Terra, artistas plásticos e poetas nos cativavam com a admirável cordialidade com a qual nos receberam.
Resplendor, na margem
oposta do Rio Doce.
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Arredores de Aimorés.
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Ainda hoje o comércio à beira
dos trilhos continua a ser feito.
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Vida intelectual
A vida intelectual do Vale do Rio Doce é muito intensa, de onde se destacaram granes escritores, artistas plásticos, historiadores e antropólogos, entre os quais podemos citar:
Aluísio Pimenta
Reitor, professor pesquisador. Nasceu em Peçanha, MG, a 9 de agosto de 1923. Filho do farmacêutico prático Rui Pimenta e de Reduzinda Pimenta. Casado com Lígia de Oliveira Pimenta.
Fez o curso secundário no colégio agrícola de São Francisco, em Conceição do Mato Dentro (MG) e no ginásio de Peçanha. Diplomou-se em Farmácia pela Faculdade de Odontologia e Farmácia da UMG, em 1945, tendo sido orador da turma. Em seguida, especializou-se em sínteses orgânicas, no Laboratório Paulista de Biologia (São Paulo) e no Instituto Superior de Saúde de Roma. Foi professor física e química em diveros colégios da Capital Mineira (1943/1953). Na então Universidade de Minas Gerais, na Faculdade de Odontologia e Farmácia, exerceu o cargo de professor Assistente de Física e Química (1946/1948); Professor de Farmacologia da Faculdade de Medicina da UMG, em 1949. Reitor da UFMG, de fevereiro de 1964 a janeiro de 1967. Funcionário do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Aposentado como professor da UFMG por força do Ato Institucional Nº 5 Ministro da Cultura no Governo Sarney, em 1985. De 1991 a 1998, foi reitor da UEMG, em dois mandatos. (GOIS Monteiro, N. 1994)
Obras publicadas
- Estrutura eletrônica dos compostos orgânicos e o fenômeno da resistência. Belo Horizonte: Gráfica Santa Maria, 1948.
- Síntese de novos êsteses função anônmica poliquaternária Belo Horizonte: Gráfica Santa Maria, 1952.
- Elementos de Química. São Paulo: Melhoramentos, 1952.
- Universidade: a destruição de uma experiência democrática. Petrópolis: Vozes, 1984. 127 p
- Educação e cultura: a construção da cidadania. São Paulo: Unimarco, 1997. 262. P
- Sociedade e atualidade. Belo Horizonte: C/Arte, 2000. 280 p
Dermeval José Pimenta.
Secretário de Estado, engenheiro, empresário e historiador. Nasceu em São João Evangelista, então pertencente ao Município de Peçanha, a 6 de fevereiro de 1893, filho de Cornélio José Pimenta e de Josefina de Carvalhao Pimenta. Casado com Lúcia Pinheiro Pimenta. Fez estudos humanísticos no Seminário de Diamantina, MG, e os cursos de Engenharia de Minas e Engenharia Civil na Escola de Minas de Ouro Preto, onde se diplomou como engenheiro na Estrada de Ferro Central do Brasil, como engenheiro chefe de construção. Além de empresário foi chefe político em São João Evangelista. Foi Secretário de Estado da Viação e Obras Públicas, no governo de Benedito Valadares (1943/1945); Presidente da Cia. Vale do Rio Doce (1946/1951). (GOIS MONTEIRO, N. 1994)
Obras publicadas:
- Angras dos Reis, 1933
- Os mineiros no Sul-fluminense - 1934
- Evolução das estradas em Minas - 1944
- Companhia Vale do Rio Doce - 1947
- O minério de ferro na economia nacional - 1950
- O transporte de minério de ferro em larga escala do centro de Minas
Gerais para o Litoral 1952
- A posição do engenheiro na evolução social do Brasil - 1953
- Posição de Minas Gerais na exportação de Minério de ferro - 1954
- Aspectos econômicos de Minas Gerais - 1955
- A indústria extrativa mineral no Estado de Minas Gerais - 1955
- Estradas de Ferro eletrificadas do Brasil - 1957
- Rede Mineira de Viação : Relatórios referentesw aos anos de 1958 a 1942
de 1951 a 1959
- Conselheiro Cristiano Benedito Ottoni - 1951
- A mata do peçanha: sua história e sua gente Belo Horizonte: Autor, 1966.
369 p
Valdemar Diniz Alves Pequeno (Valdemar Pequeno)
- Político, advogado, escritor e acadêmico, nasceu em Piraí, RJ, a 23 de
outubro de 1892. Filho de Pio Alves Pequeno e de Maria Izabel Diniz
Alves Pequneo; casado com Judite da Rocha Lobo Pequeno. Fez curso secundário no Ginásio Mineiro de Barbacena e o superior pela Faculdade de Direito de Minas Gerais, 1916. Ainda cursando o ginasial, colaborou no Diário de Notícia do Rio de Janeiro, com o pseudônimo de Sílvio Cruz. Ao concluir curso de Direito foi nomeado Delegado de Polícia de Aimorés . A partir de 1919 foi Juiz Municipal de Conselheiro Lafaiete. A partir de 1992 passou a exercer a advocacia em Aimorés, onde foi presidente do executivo municipal, em 1927. Em 1930 liderou o movimento revolucionário no setor Rio Doce, tendo mobilizado voluntários que em luta com as forças regulares do Estado do Espírito Santo, preservaram da invasão a cidade de Aimorés. Em dezembro de 1930 foi nomeado pelo Presidente do Estado, Olegário Maciel , prefeito municipal de Aimorés. Para não romper com o PRM , renunciou ao cargo de Prefeito em 1931. Apoiou a revolução constitucionalista de São Paulo, de 1932, motivo pelo qual esteve preso. Libertado, ocupou diversos cargos no Estado Novo, no governo Benedito Valadares. (GOIS Monteiro, N. 1994)
Obras publicadas:
- O ouro do cuieté e outras histórias. Belo Horizonte: Mantiqueira, 1954 . 188 p
- A nuvem e o pássaro. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1973. 192 p
- O advogado ai pelos certões: memórias. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1966 428 p.
- Poemas das rosas distantes: Belo Horizonte: Mantiqueira, 1953. 134 p
- Raízes s mineiras e cearenses. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1971. 326 p.
- Deus, o universo e homens: miscelânea. Belo Horizonte: Lemi, 1978. 134 p
- Contos e outras composições. Belo Horizonte: Ibérica, 1984. 190 p
Antonio Tavares de Paula.
- Professor de História e Língua francesa no Colégio Panamericano e no Colégio Estadual de Aimorés. Atualmente, professor de História e Língua francesa no Centro Universitário de Colatina, da Fundação Educacional Presidente Castelo Branco, Espírito Santo
- Obras publicadas:
- História de Aimorés. Belo Horizonte: Usina de Livros, 1993. 969 p.
- Algumas curiosidades etimológicas: ou a origem e história de algumas palavras e expressões. Aimorés: Autor, 1998.
José Teixeira Filho e o Professor Antônio
Moura na varanda da Pousada.
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O autor deste artigo e o Professor
Antonio Tavares de Paula.
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NOTAS.
(1) - A palavra bodoque vem de arma dos Botocudos.
(2) - Guido Thomaz Marlière. Seus escritos valem como insubistituíveis fontes de informação sobre diversas tribos de Minas, principalmente as dos botocudos, croatas e cropós. Encontram-se publicados na Revista do Arquivo Público Mineiro, anos IX, X e XI.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Ceciliano Abel de. O desbravamento das selvas do Rio Doce. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1959.
GÓES Monteiro, Norma de. Dicionário Biográfico de Minas Gerais. (período republicano 1889/1990) Belo Horizonte: Assembléia Legislativa de Minas Gerais, 1994.
JOSÉ, Oiliam. Indígenas de Minas Gerais. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1965,
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