BARÃO DE COCAIS
Igreja Matriz de São João Batista
Área:
353 Km2
Temperatura média anual: 22 C
Distância da Capital: 93 Km
Rodovias que servem ao Município: BR 262 e MG 436
População: Urbana 18.096 hab
Rural 2.195 hab
Atividades econômicas: agricultura, pecuária, ind.
extrativa mineral e metalúrgica.
PATRIMÔNIO
Capela
de Nossa Senhora do Rosário
Capela de Sant'Ana
Igreja Matriz de São João Batista
BREVE
HISTÓRIA
São
João Batista do Morro Grande foi
a denominação
primitiva do atual município, povoado por sertanistas
que procuravam ouro
em princípios do
século XVIII.
Aí se estabeleceram e construíram a primeira capela em honra
a São João Batista, obra de fervor religioso que compunha
a base espiritual,
moral e social da vida do
mineiro. O núcleo
urbano que ali se constituiu teve como geografia o contorno do rio, a lógica
do ouro
em abundância
que atraia novos
moradores, a insegurança e a
instabilidade que cercava
a região, e a necessidade
de se agregarem
para a confraternização
e para tornarem manifestas
suas necessidades comerciais.
A
paróquia é confirmada em 1752. Em 1764, inicia-se a construção de
um novo templo com planta
encomendada em
Lisboa. Investir no
sagrado é estabelecer uma dialética entre divindade e a sociedade e
por isso as cerimônias, os rituais coletivos e
públicos, mas
principalmente a
construção de igrejas
magníficas. A prosperidade econômica é entendida como
decorrência do exercício da fé, das práticas religiosas, que se
deve exprimir em termos de luxo. A dádiva é equivalente a sua
prodigalidade. Investir no sagrado é uma garantia de bem
estar material.
Essa visão se origina da mentalidade sacral dos ibéricos.
De
qualquer forma, a pequena localidade
teve sua garantia:
ao contrário de outras cidades exploradoras de ouro,
São João Batista
do Morro
Grande teve
uma mineração
florescente até o século XIX, destacando-se a esplendorosa mina do
Gongo Soco, que continuou a produzir a partir de tecnologias
adequadas.
Para
tanto, foi organizada na Inglaterra, a “Imperial Brasilian Mining
Association”, que em 1824, assume a Mina do Gongo Soco comprada ao
Barão de Catas Altas. Entre 1826 a 1856, quase 13 mil quilos de ouro
são dali extraídos.
A
atividade econômica para a população local, em que pese a importância
da mina, tirava seu sustento das roças de milho e de feijão, café e
cana-de-açúcar em menor quantidade, além de plantio de uva para o
fabrico de vinho. Aos poucos desenvolveram-se algumas atividades
manufaturadas complementares a esta economia, quando aproveitando a
cera produzida por pequenos criadores de abelhas, instalou-se no local
uma fábrica de vela de grande demanda para a iluminação
residencial. Olarias e pequenas cerâmicas se desenvolveram
aproveitando o excelente barro encontrado em diversos locais de Morro
Grande.
Nos
primeiros anos do século XX o pequeno distrito do município de Santa
Bárbara traz de seu passado minerador e religioso a Igreja de N S do
Rosário construída por negros forros e mestiços, assim como a
Igreja de Sant’ Ana, rica em talha e pinturas, e a imponente Igreja
Matriz de São João Batista, nascida de uma primeira construção de
1713, erguida pelos primeiros exploradores e que tem na fachada, sobre
a portada, uma belíssima imagem do padroeiro, São João Batista, em
pedra sabão, obra atribuída ao Aleijadinho.
Somente
em 1943, desmembrada de Santa Bárbara,
foi instituído o município com o nome de Barão de Cocais.
BIBLIOGRAFIA
TRINDADE,
R. Cônego. Instituições de Igrejas no Bispado de Mariana.
Rio
de Janeiro, Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
1945.
OLIVEIRA, Luis Vasco R. S. O significado do luxo no Reinado de D.
João V - alguns aspectos. Bracara Augusta, Braga, 1956.
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