Plenilúnio em Diamantina

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Plenilúnio em Diamantina

Como é belo o luar em Diamantina!... 
A serra transfigura-se em ribalta, 
E, em pálido rubor, liberta e incauta,
Já despe a noite as roupas de menina.

Debruçada na encosta fronteiriça,
As formas curvilíneas sob a prata,
Dengosa, sensualmente se espreguiça
A cidade, a sonhar com a serenata.

Daqui, dali, já soam dedilhares
De violões que o seresteiro afina,
Bandolins, clarinetas, na surdina,
Choram duetos, despertando os bares.

E, como estrelas pontilhando os céus,
Pupilas tremeluzem nas janelas;
Muxarabis escondem mil donzelas
Sob as treliças de mouriscos véus.

De madrugada, a lua enfim declina
Em meigo e triste brilho de pesar,
E as estrelas suspiram a apagar:
-"Ah... que bom ser luar em Diamantina!..." 

"Quincas"
Maio/98


Poemas

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Biografia


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