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Paulo Augusto de Lima
PRAÇA DA LIBERDADE

PRAÇA DA LIBERDADE

Meio dia,
nos jardins poesia
da Praça da Liberdade,
nos prédios burocracia.
Todo dia é de nomeações
e muitas promessas
na Praça da Liberdade.
Despachos, cafezinho,
papel pra lá, cafezinho,
papel pra cá, cafezinho,
na Praça da Liberdade.
Telefone do gabinete tal,
chegou o parente de fulano,
reclama da demora beltrano.
Confusão oficial
na Praça da Liberdade.
O senador telefonou raivoso
dizendo que ele é senador
e o deputado, deputado.
Cortaram a verba em Brasília,
o processo sumiu,
na Praça da Liberdade.

Minas está onde sempre esteve,
isto é:
Muito antes pelo contrário.

O governador não está sabendo,
mas o secretário...
Conversas ao pé do ouvido
na Praça da Liberdade.
Falou mais foi demitido.
E o aumento do funcionalismo?



Ano de eleição é outra coisa
na Praça da Liberdade.
O contínuo vai fazer setenta anos,
não se aposenta para não perder uns proventos.
A secretária passou baton
e muita sinecura
na Praça da Liberdade.
Enquanto isso, morria de nostalgia
com saudades da época do footing,
o coreto da Praça da Liberdade.



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