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Paulo Augusto de Lima
O ARTISTA

O ARTISTA

Não sou um burocrata,
sou um artista,
não um profissional liberal.

Sou "antena da raça",
romper obstáculos,
saltar fronteiras,
é o meu destino absoluto.

Em meio ao horror da humana condição,
o fogo
queima teias
desnudando a verdade,
beleza estonteante,
em mármore esculpida.

Sou dessa gente que às vezes traz desordem
porque necessária à esperança.

No cotidiano de castelos de areia,
vejo o vento que venta,
que venta de séculos.

Limpo pincéis,
entro em cena
com a vida em jogo,
aceito o desafio da folha em branco,
brinco,
pela orelha que traduz ondas sonoras,
entra a música
para possuir o corpo, sapatear
e soltar pássaros da garganta.
Ao movimento de "câmera":
Ação.
Do sonho tenho a chave
e ao louco torno são.

Risco uma estrela no céu
atento a Deus
pelo pão dos homens.



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