PAISAGEM URBANA |
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CHAPADO NORTE - MINAS GERAIS
O MUNICIPIO
A localidade denominada de Chapada do Norte surgiu em decorrência direta da descoberta de ouro à margem esquerda do Rio Capivari . Segundo Pizzarro e Araújo , dois povoados Paiol e Itaipaba , que se formaram por volta do ano de 1728 quando se repartiu o Ribeirão do Bom Sucesso (atual Minas Novas) , deram origem a Chapada do Norte , tendo seus moradores para aí se deslocado devido às descobertas auríferas na área. Criada a freguesia , com a denominação de Santa Cruz da Chapada , foi ela extinta e posteriormente restaurada em 1850m. Subordinada à capitania da Bahia , administrativa e militarmente desde 1729, passa , mais tarde , em 1757 a integrar o território de Minas Gerais , devido aos problemas gerados pelas extrações diamantíferas. Eclesiasticamente continuou a pertencer ao arcebispado da Bahia , sendo nessa condição mencionada em fonte datada de 1759, quando a freguesia somava 286 fogos e 2.179 almas . Subordinou-se depois ao Araçuaí, criado em 1913.
Por quase um século, permaneceu a extração de ouro como atividade principal da Chapada do Norte . Em 1817, registrava o naturalista francês Saint-Hilaire (24): " Chapada não fornece atualmente tanto ouro como antigamente, e vários dos seus habitantes se retiraram para outra parte . Entretanto , existem ainda na região algumas lavagens bastante produtiva". Paralelamente à atividade de mineração, já então em fase de decadência , a população composta de cerca de 600 indivíduos se dedicava à agricultura , destacando-se o cultivo de arroz, feijão e milho. Em princípios do século XIX, o povoado passa a beneficiar-se de sua estratégica localização, à margem da estrada Que servia às zonas de maior plantio de algodão, o que vem a propiciar-lhe grande movimento de viajantes com destino ao Rio Janeiro, quais se utilizavam o local como ponto de descanso.
Localizada entre pequenas elevações, a cerca de 22 Km de Minas Novas, o povoado contava entre 1817/1820 com cerca de oitenta casas térreas construídas de adobe. No final do século XIX , esse total se elevaria a 192 casas, distribuídas por seis ruas e três praças , "não tendo porem edifícios públicos". A população, nessa época (1899) , ocupava -se sobretudo com a plantação de algodão, cana de açúcar (principal produto exportado) e fumo e a criação em pequena escala , de bovinos e muares , inclusive exportando para Teófilo Otoni , Diamantina e Serro. Entretanto a produção agrícola não era suficiente para o consumo interno , sendo necessário importar diversos gêneros alimentícios.
Do seu período de apogeu, Chapada do Norte conserva rico patrimônio cultural representado por monumentos religiosos como a Igreja Matriz de Santa Cruz, Capela de Nossa Senhora do Rosário, Capela de Nossa Senhora da Saúde , Capela do Senhor do Bom Jesus , a Capela de Sant´Ana , que era anexada ao desaparecido Recolhimento de Mulheres fundado no século XVIII , foi demolida. Tanto a matriz quanto a capela do Rosário apresentam trabalhos de pintura, talha e imaginaria de excelente qualidade. Na arquitetura civil da cidade predominam as casas térreas , de beiradas em cachorros e vergas retas nos vãos , dispostas ao longo de ruas calçadas em capistranas. Destacava-se o sobrado da casa paroquial ( demolido), localizado em frente à matriz. |
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