|
|
PIMENTAS ERÓTICAS |
|
Pimentas Eróticas
(ou poema de amor sobre uma tela de Cléria)
Entrei silencioso no quarto de dormir E me deparei Sob a cama de casal As pimentas eróticas de Cléria A esperarem nuas em sobressalto! Meus olhos deslumbrados Na pouca luz do ambiente Aceitam o convite ardente E do interior do meu interior Veio a intensidade do fogo Afundei minha boca no vermelhão da tela Respirei fundo sobre a pele Acariciei e beijei as dobras dos frutos Bagas picantes para meu tempero Que também é planta trepadeira Cujo fruto serve de condimento E eu sem nenhum consentimento Da semente, nem da pintora Cabeça atormentada pulsando Ataquei de vez as pimentas Que palpitaram, gemeram Se acabaram, tremulas e nuas Sem reticências Refogadas na frigideira.
|
|
|
|