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ADEUS |
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Querida Cleozinha
O cotidiano - lugar onde a vida acontece - tem o poder de colocar em xeque qualquer idealização nossa. É um puxão violento no tapete das certezas, obrigando a uma nova arrumação. Alguma coisa se quebra, se perde ou se joga fora e ficamos mais espaçosos. De qualquer modo, não seremos mais os mesmos. Tudo é como uma farpa que a gente vai deixando sem tirar, e um belo dia descobre que a farpa não está mais lá. Não quero ser esta farpa que você me nomeou em sua vida (pelo menos nos últimos seis anos). Retiro-me com toda a delicadeza de seu corpo. Peço-lhe que me desculpe por ter-lhe causado algum mal: nunca tive esta intenção. Já lhe disse: algumas pessoas de grande coração se aproximaram de mim, me acercaram com bondade - e você foi uma dessas pessoas. Carregarei você no meu coração para sempre; me lembrarei de você com toda a ternura que puder sentir. Espero que a lembrança de nós dois que doía (até agora) possa ser doce. Desejo-te todo o bem do mundo; porém, vamos cada um seguir o seu caminho. Libero toda a energia que nos unia até este momento. Será melhor para mim e para você este adeus. Desejo que você seja feliz como puder ser e quiser ser.
Um grande beijo, Carlos.
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