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MAIS UMA CARTA
Ouvi um trovão que brada e faz despertar,

Carlos

As profundezas que abrigam lavas vulcânicas quando explodem causam medo. Agradeço pelo auxílio: * as poesias que me foram dadas à desentender, a perscrutar o indivisível contido na luz própria das palavras. Que noite escura aquela em que as estrelas perderam os nomes. O mágico se faz... Que beleza a luz! Pedirei ao personagem que me conte uma estória lunar. Adormecida e restaurada quero acordar e ver novamente o mundo como deve ser: pela poesia, continua.

Realmente o Paz é mordaz, si! ** O espírito picante manifesto na cultura mexicana. A violência física não atrai, mas aquela que manifesta a força primordial do Ser, essa sim! O sangue sacrificial dos Homens, o sangue da vida pulsa poderoso contra qualquer indiferença humana. A manifestação do Ser, pleno de Vida e Morte, o trágico e o humor... "Ganas de vivir". Latinidade reativa. Bueno. Estou relendo "Cabeças Trocadas" do Thomas Mann a propósito de continuar uma reflexão acerca do silêncio, mencionado na sua primeira carta. Segue um trecho, se quiser espiar... Quero dizer, o silêncio, creio eu, não foi uma estratégia intencional, quero ouvir. Fiquei contente em compartilhar com você o gosto da leitura poética da Cafu. Alegria compartilhada, alegria redobrada.

Se quiser incentivar-me à oralidade, meu telefone está na lista.

Abraço carinhoso,
da correspondente
Amélia

Inverno caloroso 1998

Ps.
Em busca do pai...
o provedor do afeto,
vi Central do Brasil,
que singeleza!
As correspondências,
os desencontros
o longo caminho,
a amizade,
a conciliação,
a infância e a velhice
mediadas pela fé
(a fotografia)!
Beleza!

Graças a Deus cumpri a promessa...