|
|
SOLITÁRIO HOMEM |
|
SOLITÁRIO HOMEM
dedicado aos "Homeopatas dos Pés Descalços"
Ele é quase um animal Que precisa de solidão e calmaria Refletir a vida e o tempo Porque esta velho E as emoções passadas o enrigessem, Não com rancor e ódio, mas de nostalgia, Como as saudades do poeta Que as águas do Tripuí cobriu Aquele mesmo riozinho onde um mulato Nos setecentos , colheu grãos dourados Agora bebeu o escrevedor de versos Com suas palavras de ouro. Ouve vozes quando medita, Não sabe bem de onde vem esses sons Vem de fora, não são de dentro! O frio da noite traz a solidão mansa O corpo doi, dor no vértice, Como se quebrado em pedaços E os sonhos avançam claros e dizem sobre as ameças Dos tempos das cavernas, os perigos, as trevas e as feras, A fome e a sede, Deus e o Diabo Pertubadoras lembranças de mil anos angustiam sua alma. Percebe tramas como uma nova expulsão do Paráiso Deslocando pessoas no tempo e no espaço de suas vidas Pela força econômica de um mundo de imagens e mercadorias Sem ideal e utopias, mas desassossego, rasgando e puxando os nervos E esta inquietação que não deixa sair o ruim da vida O ruim do mundo e a ignorância cheia de certezas. E se pelo menos o amor ainda houvesse Como o do poema de Ana Catarina Dani e o seu único amor! Aquele que para olhares e transporta a alma? Desejo de vida, desejo de morte, desejo de mudar o mundo Desejo apenas de fazer poesia Uma que trouxesse os sonhos de volta É o que ainda resta a este solitário homem.
|
|
|
|