ÀS FLORES DOS CAMPOS ÀS FLORES DOS CAMPOS Dia 17 de julho de 2010 foi o lançamento do livro de Jorge Guardacampos, pseudônimo de Cid Dutra Wildhagen. Intitulado Á flor da pele. Belo Horizonte: Edições Invento. Foi uma imensa alegria estar lá falando de corpo e alma com os amigos, que começa com o próprio autor, o Almir Wildhagen, que eu pensava que fosse Augusto Dutra; o Batista, que provisoriamente é de Vila Velha; o Cláudio Campolina, que já foi de Esmeraldas e hoje é cidadão de Belo Horizonte; o Lelé Batista, vindo de Paraguaçu, mais cinquenta pessoas de seu circulo de família e de amizade. A poesia tem a função de nos possibilitar expressar com beleza. É linguagem simbólica. Os símbolos nos trazem as imagens do que é invisível para os olhos. Jamais seremos capazes de decifrar todos os enigmas do autor. Mas é gostoso pelejar com eles. O primeiro símbolo é o próprio pseudônimo do autor. Jorge lembra o santo cavaleiro, inimigo do mal. Por seu heroísmo é amado e idolatrado. Jorge é o ideal de cavaleiro. Guardacampos tem origem na Idade Média, entre os godos. De origem gótica também é seu nome de batismo, Cid, o Don Rodrigo Dias de Bivar, que quer dizer "senhor", conhecido como "o campeador". A riqueza da simbologia do pseudônimo do autor é um prenúncio da qualidade estética de sua poesia. Mas o leitor pode ficar tranquilo porque não iremos traduzir os símbolos contidos nos poemas do Jorge Guardacampos. Fica claro que o autor segue uma ordem dada aos poemas criados durante muitos anos de sua vida. O que nasceu primeiro? O desejo ou o objeto do desejo? Na verdade é como a relação da forma com o conteúdo. Mens sana in corpore sano. O desejo será belo se seu objeto for criado para ser belo. É para esse caminho que Jorge Guardacampos quer levar o fruidor. O poeta e ao mesmo tempo personagem narrador, dialoga com as personagens femininas. O desejo de amar as belas mulheres é explícito e o desejo de amar a vida e o mundo é implícito. O desejo de ser amado vem do outro lado da balança. Na recompensa de ser amoroso, o poeta quer ser amado, não só na forma, no físico, mas também em sua alma, no seu interior. Belo Horizonte, 22 de julho de 2010. Antonio de Paiva Moura