DONA RAIMUNDA PEREIRA BRANT |
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Uma das páginas mais belas de nossa história se da´na época das tropas, das viagens que levavam meses desbravando os sertões mineiros, das paradas nos mercados, do comércio de gêneros de primeira necessidade... Época narrada por Dona Raimunda Pereira Brant.
Um minuto ao lado de Dona Raimunda é suficiente para sentir - se vivenciando o passado. Sua simpatia e seus causos conquistam a todos. Hoje, no auge de seus 90 anos ela relembra com detalhes os velhos tempos. Filha do primeiro ferreiro da cidade de Itamarandiba, ainda guarda consigo a pedra utilizada pelo pai para forjar as lamparinas e colheres de ferro.
Trabalhou por mais de 60 anos na casa de D. Nozinha e sr. Geraldo Costa. Ajudou a criar os 31 filhos do casal (entre legítimos e adotivos). Recorda - se com saudade das passagens onde o tropeiro "Seu Pedro" (sr. Geraldo Costa) realizava extensas viagens até Diamantina ou Montes Claros. Lembra - se de quando acordava bem cedo e ia ao Rio São João lavar roupas ou fazer quitandas com D. Nozinha para vender aos tropeiros e viajantes que passassem perto da residência.
Casou - se, teve duas filhas. Ficou viúva e voltou a morar na casa de D. Nozinha. Continuou a levar a vida...
As preces ao Nosso Senhor são obrigaçãoes diárias. Ela reza pelas filhas, netos, bisnetos... Pela alma dos que se foram, pelos tempos que não voltam mais. D. Raimunda é um exemplo da essência da mulher mineira: mulher que ora todos os dias, que trabalha, que é quitandeira, doceira, mãe... Mulher que se recorda dos saudosos tempos de outrora do nosso Mercado Velho. Que traz em seu coração as marcas ainda vivas de um tempo bom... |
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