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DONA ZECA: PROFESSORA E ESCREVINHADORA DE CARTAS
Dona Maria José Vieira Carneiro, mais conhecida por Dona Zeca é uma das construtoras da História de Itamarandiba. Mesmo tendo apenas a admissão (atual 5°a série), tornou - se professora e passou a ensinar aos conterrâneos no alpendre da cozinha de sua casa, no distrito de Contrato.

A jovem Maria José contava apenas com 17 anos, e mesmo assim enfrentou as dificuldades com coragem.
Foi a primeira professora da região do distrito citado.

"A gente dava aula num banquinho improvisado ali mesmo para os alunos sentarem", conta. "Não tínhamos giz, cadernos, nem tampouco livros".

"As turmas, dizia ela, eram multiseriadas". "Muitos alunos no mesmo lugar."

Dona Zeca, além de educadora foi também catequista, enfermeira e escrevinhadora de cartas, uma vez que não haviam pessoas que desempenhassem essas funções. Segundo ela, o professor ensinava os conteúdos convencionais, incluía as atividades de teatro e também o catequismo nas aulas. A vida era difícil. Levantava - se cedo para fazer injeções na população, combatendo as doenças da época.

Episódios da "Central do Brasil" se repetem na vida de Dona Zeca como escrevinhadora de cartas.
Transcrevia para um papel os andseios de um povo sofrido: sem escola, muitas vezes sem dinheiro, com o peito carregado de saudade da família que está longe, trazendo a esperança de dias melhores e os desejos de felicidade aos seus bem amados. Transcrevia o dia - a - dia daquela gente em suas simples palavras.
Um abraço para a avó, recomendações ao tio, saudades da prima e, como diz Dona Zeca "lembranças a todos".

Era tida como verdadeira tradutora de sonhos...