DONA ISABEL COSTA |
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DONA ISABEL COSTA
Isabel Gonçalves Costa, nasceu no município mineiro de Machacalis, a terra dos índios. Desde pequena, conviveu com a população indígena, da qual extraiu vários conhecimentos, inclusive a arte de produzir peças à base de matéria-prima natural. Sua infância foi marcada por muita harmonia e felicidade familiar. Sempre viveu em bem estar com seus pais e seus sete irmãos. Nunca deixou de receber bons exemplos de seus pais, inclusive o de solidariedade com o próximo. Como não haviam pensões na cidade, sua mãe tratava logo de hospedar os forasteiros (padres, bispos, mascates,etc), na casa da família, que por sua vez, tinha espaço suficiente para abrigar esses viajantes e ainda, os índios do lugar. Todos eram tratados igualmente. Sua mãe, organizava ainda, festas religiosas que alegravam a massa popular. Esse foi outro fator contribuinte para o desenvolvimento cultural de Dona Isabel. Certa vez, por motivos políticos, a família de Dona Isabel, teve que se mudar de Machacalis. Foram para o município mineiro de Pavão. O tempo foi passando, e a maturidade foi chegando. Dona Isabel então, conheceu o senhor Almiro Quaresma Costa, apaixonou-se e casou-se com ele. O senhor Almiro era filho de fazendeiro, motivo pelo qual o casal deslocou-se a viver no campo. Porém, algum tempo depois, eles mudaram-se novamente, desta vez para Teófilo Otoni/MG. Com a convivência nesse novo lugar, Dona Isabel começou a nutrir uma saudade muito grande por sua mãe, que estava em Pavão. Querendo estar ao lado dela, Dona Isabel conversou com seu marido sobre o ocorrido com ela e ele compreendeu. Mudaram-se para Pavão, onde vivem até hoje. Quando sua mãe faleceu, foi uma grande tristeza para Dona Isabel, pois ela era demasiadamente ligada à presença de sua mãe. Um dia, ao ir a um salão de baile da cidade, Dona Isabel percebeu que à porta do estabelecimento, se encontravam várias pessoas de renda social baixa que estavam com vontade de adentrar o lacal, porém não dispunham de capital necessário para bancar as despesas cobradas. Como ainda estava sentida com a morte de sua mãe, Dona Isabel resolveu criar uma festa, que a alegrasse e divertisse também o povo. Essa festa era o "Boi Janeiro" (que mais tarde se tornaria a festa popular mais conhecida da região). Após o planejamento, Dona Isabel reuniu-se com os amigos, com os filhos e com a própria cominidade carente, que apoiaram sem discórdias a idéia. O 1° Boi Janeiro, foi construído de bambu. A roupa dos foliões foram confeccionadas com lençóis velhos, blusas rasgadas e boa vontade. E mesmo sendo simples, a festa despertou a emoção da multidão em meio ao êxtase do desfile. Tudo isso aconteceu no mandato do prefeito Hélio Barbosa, em 1989. O senhor Hélio não estava na cidade, mas quando retornou a Pavão ficou sabendo do movimento e tratou logo de agradecer à Dona Isabel pelo feito. No ano seguinte, a festa não aconteceu, por ser um ano de eleições. Mas, no ano prosseguinte, o Boi Janeiro voltou com toda força. Essa "brincadeira" já dura 14 anos, e a cada festa, Dona Isabel e seus colaboradores, procuram inovar ainda mais o evento. A tradição cultural, cultivada por Dona Isabel ao longo do tempo, acabou passando para seus cinco filhos, que além de participarem de atividades festivas do gênero, ainda doam seus espíritos colaborativos à "Festa do Boi Janeiro". Dona Isabel pretende promover o evento por muitos anos ainda, e já prepara um novo projeto: a "Ressaca do Boi Janeiro", que acontecerá no dia 01/01 à tarde, sendo esta a despedida do Boi. A festa tradicional do BOI JANEIRO, acontece no dia 31/12, começando no início da noite e acabando próxima à virada. É felicidade que não cessa. |
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