CULINÁRIA ORIGINAL |
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Culinária Original
Antonio de Paiva Moura
A domesticação de plantas silvestres e a colonização da América Latina
Introdução Neste trabalho monográfico pretendo esclarecer algumas questões obscurecidas ou tamponadas pelas ideologias que orientaram a colonização da América Latina. Tais esclarecimentos devem servir ao presente na busca de soluções para os problemas gerados pela mentalidade colonialista. Sabemos que os colonizadores nada mais queriam da nova terra da América, que usufruir suas imensas riquezas naturais, da força de trabalho e, porque não dizer do "know how" de sua exploração. A exploração dos europeus, embora diferenciada no Norte, na Central e na América do Sul, não difere na intenção, isto é, a busca do lucro máximo com o mínimo esforço. Desta forma, a colonização do Norte será de empreendimentos de grandes companhias de comércio e colonização, com exceção de Virgínia, uma colônia de católicos refugiados. América Central expõe ao colonizador não só uma tecnologia de exploração de riquezas, mas também uma natureza domada, devastada e fácil de ser explorada. A Mesoamérica e posteriormente o Brasil, foram altamente significativos ao chamado Mercantilismo, enquanto interessou às potências que o instituiu. Sabia-se que o pau-brasil era um vegetal não domesticado porém rico em pigmentos utilizados na indústria têxtil. Os vegetais com longa experiência pré-colombiana de domesticação logo passaram a fazer parte da dieta européia e objeto de mercado. Esta monografia pretende demostrar os trabalhos arqueológicos que aclararam os processos de domesticação dos produtos tipicamente latino-americanos e como passaram a ser mercadorias intercontinentais. Pretendo, ainda, esclarecer algumas questões obscurecidas ou tamponadas pelas ideologias que orientaram a colonização da América Latina. Tais esclarecimentos devem servir ao presente na busca de soluções para os problemas gerados pela mentalidade colonialista. A metodologia de trabalho consistirá de um levantamento bibliográfico no qual se baseia a pesquisa; levantamento fotográfico de plantas nativas domesticadas; escolha de espaço adequado para pesquisa de campo; coleta de documentos e experiência com beneficiamento de fibra de guaxima; demonstração de estágio em que se encontra a pesquisa arqueológica; descrição das propriedades botânicas, alimentícias e utilitárias das plantas originárias da América; o processo de colonização e aproveitamento de tais plantas. O espaço escolhido para pesquisa de campo foi o distrito agrícola de Santo Antonio de Vargem Alegre, no município de Bonfim, a 70 km de Belo Horizonte, povoado na segunda metade do século XVIII com o objetivo de abastecer Ouro Preto e posteriormente Belo Horizonte. Conserva até hoje os métodos agrícolas adotados na época colonial. Caracteriza-se pelo aglomerado de minifúndios e policultura. (MOURA, A. P. 1981) (anexo A.1) Cabe, ainda, uma palavra de justificativa. A importância desse trabalho reside na ampliação do conhecimento histórico e arqueológico das riquezas da América. Mesmo no estágio em que se encontra ele poderá servir de base para uma abordagem mais ampla em futuro próximo.
A.1 - Sede do distrito de S.A. Vargem Alegre, vendo ao fundo, o coqueiro macaúbas, um capão de mata nativa e outro de pastagem.
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